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A Voz do Pastor › 31/03/2020

A Vigília da Páscoa

Caríssimos irmãos e irmãs:

 

Nos próximos dias vamos reviver as maiores verdades da fé cristã: a vida, a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus, o nosso único salvador. Depois do longo percurso quaresmal, da caminhada comunitária de “quarenta dias”, chegamos à Semana Santa, a grande semana, na qual celebramos e atualizamos a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da alegria sobre a tristeza, da reconciliação sobre a vingança.

A meta de chegada da quaresma é a Páscoa. O núcleo fundamental da Páscoa é a semana santa. Porém o coração de toda a semana santa é o tríduo pascal. O tríduo é composto das celebrações da ceia, paixão e ressurreição do Senhor. As três celebrações bem distintas entre si, são unidas e gradativas no seu desenvolvimento, sendo o seu ponto culminante a Vigília Pascal – a mãe de todas as celebrações litúrgicas e da qual todas decorrem e para a qual todas convergem.

No transcorrer da vigília pascal notaremos quatro celebrações interligadas: a celebração da luz, ou “lucernárium”, a celebração da palavra, a celebração da água e a celebração da eucaristia.

Durante a celebração da luz as luzes estão apagadas – o Antigo Testamento está consumado – e eis que vem a luz do mundo, o Cristo ressuscitado. O fogo novo é o símbolo do Cristo nascido do seio virginal de Maria e saído durante a noite do túmulo para a vida gloriosa em Deus. É o começo da festa da ressurreição. Benze-se o fogo, os cinco grãos de incenso, que simbolizarão as cinco chagas do Senhor, são colocados no círio pascal que em seguida é aceso, quando se entoa o “Eis à luz de Cristo”.  Gradativamente a igreja vai se tornando iluminada pela luz do seu Senhor e então se canta solenemente a ressurreição, o “Exultet”.

Após o cântico da Páscoa inicia-se a celebração da palavra ou das doze profecias: três agrupamentos com quatro leituras cada uma. O primeiro agrupamento apresenta as quatro imagens do Reino de Deus: a criação, a arca, o sacrifício de Isaac e a passagem do Mar Vermelho. Nas narrativas estão presentes, respectivamente, os quatro grandes patriarcas: Adão, Noé, Abraão e Moisés, os depositários da revelação e ao mesmo tempo figuras do Cristo.

No segundo agrupamento são proclamados os profetas que se dirigem a nós. Eles nos descrevem os bens do Reino de Deus, a sabedoria, o sopro divino diante dos sinais de morte e o anúncio da plena felicidade.

O terceiro apresenta várias narrativas e muitas imagens: o cordeiro pascal, o arrependimento e a penitência, a perseverança na prática do bem e a fidelidade de Deus. O cume de toda celebração da palavra é o anúncio da vitória de Cristo sobre a força da morte.

Depois da celebração da palavra dá-se início à terceira parte da vigília: a celebração da água, quando é feita a bênção da água batismal. O sacerdote mergulha na água o círio pascal dizendo: “Desça na plenitude dessa fonte, a força do Espírito Santo” e em seguida renovam-se as promessas batismais e realiza-se o batismo dos catecúmenos.

Completando, complementando a grande vigília pascal, tem-se a celebração da eucaristia, quando, no altar do oferecimento, apresentamos a Deus Pai, pelo Filho e na força do Espírito as nossas vidas simbolizadas no pão e no vinho.

Por isso, quero insistir com veemência que todos participem com espírito filial das grandes celebrações do mistério pascal de Cristo, este ano atipicamente através dos meios de comunicação, para ressuscitarmos com Ele no feliz dia da ressurreição.

Feliz Páscoa, o Senhor Jesus Ressuscitou!

Mons. Ronaldo Francisco Aguarelli

Cura da Catedral

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