Praça da Catedral, s/nº - Centro - CEP: 13400-150 - Piracicaba-SP
(19) 3422-8489secretaria@catedraldepiracicaba.org.br“Eis que envio um anjo diante de ti”
Dia dois de outubro, a Igreja Católica, celebra o dia dos Santos Anjos da Guarda. Quem nunca ouviu o rezou esta singela e piedosa oração: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a Ti me confiou à piedade divina, hoje e sempre, me rege, guarda, ilumina”. Pois bem, nesta edição apresentarei uma pequena catequese sobre os santos anjos de Deus.
Existem aproximadamente 292 referências a “anjos” nas sagradas escrituras, ou seja, 114 no Antigo Testamento e 178 no Novo Testamento.
A palavra usada para designar anjo significa “mensageiro”. Constituía-se em um agente de Deus, para cumprir algum propósito divino relacionado com as necessidades da humanidade.
No Antigo Testamento as principais características dos anjos eram: levar direção, ajuda e encorajamento, executar os juízos de Deus, atuar como interlocutores, porém um dois mais bonitos papéis desempenhados pelos anjos é o louvor.
No Novo Testamento os anjos são muitas vezes mencionados nos Evangelhos, Atos, Hebreus e Apocalipse. Eles estão presentes em diversos acontecimentos sagrados.
No anúncio do nascimento de João Batista e eminentemente no nascimento de Jesus. Apareceu a José, o esposo da virgem; a Zacarias, o esposo daquela que era considerada a estéril; aos pastores de Belém. Ainda o Anjo Gabriel fez o anúncio a Maria e o ainda revelou o nome dado por Deus ao menino-salvador que haveria de nascer.
Na vida pública de Jesus encontramos várias passagens em relação aos anjos. Depois de sofrer as tentações encontramos o relato “então, o diabo o deixou, e chegaram os anjos e serviram”. E continua em outros relatos: “Digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus”. Lucas destaca ainda a alegria trazida pelo arrependimento sincero: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”.
Na morte e ressurreição de Jesus os anjos aparecem no túmulo vazio. Mateus escreveu que um “anjo do Senhor” rolou a pedra que fechava o túmulo e também relatou as instruções dadas pelo anjo às mulheres. Ainda na narração joanina encontramos que Maria Madalena deparou-se com dois anjos vestidos de branco e depois o próprio Cristo ressuscitado.
Em Atos dos Apóstolos os anjos são apresentados como sustentadores da fé e da liberdade religiosa salvando muitas vezes os apóstolos das terríveis perseguições. O anjo do Senhor abriu as portas das prisões em diversas ocasiões.
No livro do Apocalipse os anjos são apresentados enquanto: executores do juízo de Deus e como interlocutores, como no Antigo Testamento, mas também é observada uma divisão entre anjos bons e anjos maus, porém, o lado divino saiu vitorioso. E finalmente, os anjos verdadeiros adoram a Deus e reúnem-se no louvor a Cristo ao redor do trono divino.
Assim, presenteados por várias citações bíblicas perguntamos finalmente: “Existe anjo da guarda?” E respondendo com toda a certeza dizemos: Sim! Pois, logo que a criança nasce pela bondade Divina, assim como aconteceu para o povo da bíblia, o Anjo da Guarda assume a sua missão de guardião-protetor e jamais se afasta, até o retorno da Alma à eternidade. Portanto, o Anjo da Guarda tem uma missão insubstituível ao longo da existência. Embora sempre silencioso e oculto, inspira a prática das boas intenções e boas obras; ilumina o espírito na busca da verdade, para que a mente não se afaste da doutrina correta; insinua sugestões a problemas de difícil solução; conduz as pessoas a cultivarem santos ideais, com o objetivo maior de dilatar cada vez mais o reino de Deus; estimula a prática da fidelidade, da justiça e do amor fraterno, zelando e orientando as pessoas pelo caminho da salvação eterna.
Confiantes no ensinamento da Igreja tenhamos uma atenção especial por “aquele” que nos acompanha desde o nosso nascimento, ou seja, o nosso Anjo da Guarda.
Mons. Ronaldo Francisco Aguarelli
Pároco