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A Voz do Pastor › 07/11/2016

“Em todas as minhas orações, sempre peço com alegria por todos vós, pois vos tenho no coração.” (Fl 1,4.7)

Qual a pessoa que nunca perguntou a si mesma: “O que vai acontecer depois da minha morte?”. Este e outros
questionamentos fazem parte da existência humana, ou seja, querer compreender racionalmente aquilo que vem
depois desta vida. A Igreja Católica atenta a revelação do Pai, apoiada nos ensinamentos do Filho e assistida pelo
Espírito Santo aponta para um caminho.

No Ano Extraordinário da Misericórdia somos – especialmente – chamados à rezar pelos mortos (Obra de
Misericórdia Espiritual). Assim, a Igreja, enquanto Mãe e Mestra ensina-nos a olhar com fé a morte. “É diante da
morte que o enigma da condição humana atinge seu ponto mais alto. Em certo sentido, a morte corporal é natural;
mas para a fé ela é na realidade ‘salário do pecado’ (Rm 6,23). E para os que morreram na graça de Cristo, é uma
participação na morte de seu Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição”. (CIC 1006) E continua:
embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus destinava a não morrer. A morte, portanto, foi contrária aos
desígnios de Deus criador, e entrou no mundo como conseqüência do pecado. E assim o último inimigo do homem a
ser vencido é a morte. Mesmo depois da queda original a humanidade não foi abandonada pelo seu Criador, pelo
contrário, Deus a chama e lhe anuncia de modo vitorioso a vitória do bem sobre o mal, do amor sobre o ódio.

A vitória sobre a morte é anunciada nas primeiras páginas do Gênesis: “ponho hostilidade entre ti e a mulher, entre
tua descendência e a dela: esta ferirá a tua cabeça” (3,15). Nesta passagem bíblica a Igreja a interpreta como
primeiro anúncio do Messias redentor, o do combate entre as forças do mal e do bem e principalmente a vitória final
do descente da Virgem, o Cristo Jesus. Se desde o princípio a morte era considerada castigo divino, com a morte de
Jesus ela receber um significado novo, pois o Filho de Deus sofreu também a morte e a assumiu como um gesto de
obediência aos desígnios do Pai. Assim a submissão livre e generosa de Jesus transformou a maldição da morte em
bênção.

Diante deste novo significado sobre a morte o apóstolo Paulo diz: “Para mim, a vida é Cristo, e morrer e lucro” (Fl
1,21) e “Se com ele morremos, com ele, ressuscitaremos” (2Tm 2,11). A grande novidade da morte cristã está nisto:
“Pelo batismo nós fomos sepultados com Cristo na morte, a fim de que, como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rm 6,4).

Esclarecidos sobre a morte a partir do ensinamento da Igreja outros questionamentos que ficam são estes: “O que
devemos fazer diante da possível morte de alguém?” e “O que devemos fazer em relação às pessoas falecidas?”.
Diante do primeiro questionamento a Igreja nos ensina: “Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além
da Unção dos Enfermos, a Eucarística como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão
do Corpo e do Sangue de Cristo tem significado e importância particulares. É semente de vida eterna e poder de
ressurreição, segundo as palavras do Senhor: ‘Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu
ressuscitarei no último dia’ (Jo 6,54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai”. (CIC 1524)

Sobre o segundo questionamento a Igreja acredita que existe a comunhão entre a Igreja do Céu e da terra:
“Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os
primeiros tempos, venerou com grande piedade a memória dos defuntos e ‘já que é um pensamento santo e salutar
rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados’ (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor
dele”. A nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão por nós.
(CIC 958).

Por isso, a Igreja oferece do dia 1º de novembro até o 8º dia do mês as santas indulgências a favor dos falecidos, ou seja: “A confissão dos pecados, a visita aos cemitérios ou igrejas, rezar na intenção do papa a profissão de fé, o pai
nosso e a ave-maria. Que a graça de Deus, a intercessão da Igreja e a nossa prática religiosa alcance para os fiéis
defuntos a paz, a luz, a misericórdia e o descanso eterno.

Pe. Ronaldo Francisco Aguarelli

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