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Caríssimos irmãos e irmãs.
Durante o mês de maio, este ano dia 20, estaremos celebrando vários acontecimentos importantes no Calendário Litúrgico. Dentre as festas e solenidades queremos destacar a Solenidade de Pentecostes.
A origem da festa de Pentecostes vem de antigas tradições judaicas. Antes, era uma festa de agricultores, pois estava relacionada à colheita agrícola e somente depois se transformou em festa religiosa. É conhecida também como Festa das Semanas ou das Colheitas conforme encontramos no livro sagrado: “Sete semanas depois de começarem a colher os cereais, comemorem a Festa da Colheita, em honra do Senhor, nosso Deus. Ofereçam a ele o que quiserem, de acordo com as bênçãos que Deus tiver dado a vocês” (Dt 16, 9-11).
No Antigo Testamento, a festa é visto como a Aliança realizada por Deus com o povo, aos pés do Sinai, por meio de Moisés. “Vocês viram com os seus próprios olhos o que eu, o Senhor, fiz com os egípcios e como trouxe vocês para perto de mim como se fosse sobre as asas de uma águia. Agora, se me obedecerem e cumprirem a minha aliança vocês serão o meu povo… Então todos responderam ao mesmo tempo: Nós faremos tudo o que o Senhor nos ordenar” (Ex 19,4-5.9). A seguir, o Senhor Deus apresentou a Moisés os Dez Mandamentos. Portanto, para o povo da Antiga Aliança, celebrar pentecostes era recordar e celebrar a Aliança do Sinai, o dia em que o Altíssimo deu, a Moisés. as Tábuas da Lei.
Para nós cristãos, a festa de Pentecostes se reveste de um novo significado. Recorda e atualiza a vinda do Espírito Santo sobre a comunidade de Jesus.
Pentecostes antes de tudo é promessa de Jesus: “Se vocês me amam, obedeçam os meus mandamentos. Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre… Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem tudo o que eu disse a vocês” (Jo 14,15-16.26).
É a promessa que se torna realidade depois da páscoa do Senhor: “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas como chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa” (At 2,1-4).
Desse modo, queremos ser tocados, plenificados e conduzidos pelo Espírito Santo de Deus. Se deixarmos que Ele conduza nossas vidas, perceberemos mudanças maravilhosas, como testifica são Paulo, na Carta aos Romanos: o desejo de aspirar as “coisas do espírito”; a purificação do nosso ser – mesmo se o nosso corpo estiver ferido de morte por causa do pecado, nosso espírito estará cheio de vida; a certeza da ressurreição – aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos vivificará também nossos corpos mortais por meio do Espírito Santo que mora em nós; a certeza da filiação divina – seremos de fato filhos e filhas de Deus; a intimidade com Senhor – pois chamaremos Deus de “Abá, que quer dizer paizinho”; a proximidade – o próprio Espírito se unirá ao nosso espírito; receberemos a herança do Reino – seremos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; a superação das dificuldades – sofreremos como Cristo, para sermos glorificados como ele; a certeza da salvação – já somos salvos, mas na esperança e aguardando mediante a perseverança; a consolação nos momentos de aflição – seremos visitados pelo Espírito que vem em socorro da nossa fraqueza e a sabedoria no pedir – pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir, é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
Neste Pentecostes, renovemos os compromissos realizados no dia da Confirmação, quando os nossos padrinhos de crisma, dizendo o nosso nome, nos apresentou ao bispo que, ungindo a nossa fronte com o óleo do crisma, disse: “Receba, por este sinal, o Espírito Santo de Deus”.
Mons. Ronaldo Francisco Aguarelli