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A Voz do Pastor › 28/06/2016

“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração”. (Jr 3,15).

 

Caríssimos irmãos e irmãs:

rp_RV2340_Articolo.jpgCansado de ver Israel, seu povo eleito, ser maltratado pelos malvados pastores, Deus promete e suscita verdadeiros pastores segundo o seu próprio coração. “Pois aí eu vou lhes dar pastores de acordo com o meu coração, e eles guiarão vocês com ciência e sensatez”. Na plenitude dos tempos, isto é, no ponto mais alto da história da salvação Deus se fez gente: “a Palavra se fez homem e acampou entre nós”. (Jo 1,14). E nós reconhecemos e confessamos que a Palavra do Senhor é o próprio Jesus, imagem visível do deus invisível.

Ordinariamente a Igreja celebra a vida e o ministério do Cristo Jesus e na vida do seu Senhor celebra-se a vida e a missão de homens e mulheres de todos os tempos e de todas as situações e estado de vida. Dentre os diversos seguidores do Mestre de Nazaré celebramos a apostolicidade da Igreja. Mas afinal, o que significa celebrar a apostolicidade?

Apostolicidade deriva de termo apóstolo. O termo tem vários significados, por exemplo: enviado, navio de carga ou de guerra, embaixador ou mensageiro. No judaísmo o termo era empregado a pessoas que eram “enviadas” em missão por uma autoridade central. O título também era atribuído aos rabinos que eram enviados pelo Sinédrio de Jerusalém às comunidades judaicas fora da Palestina com a finalidade de: proclamar o calendário, recolher donativos, visitar as comunidades, instituir os mestres e principalmente manter o contato entre as diversas comunidades judaicas com o Templo de Jerusalém.

No Novo Testamento o termo é empregado para designar as pessoas que pertencem ao grupo dos discípulos chamado mais freqüentemente de “os Doze” (Cf Mt 10,2-4; Mc 3,16-19; Lc 6,13-16; At 1,13). O número doze é evidentemente um número sagrado. Na verdade esse número relacionava-se com as Doze Tribos de Israel. Chamados, formados e enviados por Jesus e fortificados pelo Espírito Santo tornaram-se o fundamento do “Novo Israel”, a Igreja do Senhor.

Os Doze foram escolhidos por Jesus. Eles ensinavam e “pastoreavam” os membros da comunidade primitiva (At 2,42s). Foram testemunhas da ressurreição (At 4,33). Presidiam a distribuição dos bens na comunidade (At 4,34-37). Falavam em nome de Jesus (At 5,40) e realizam milagres e sinais em nome do Senhor (At 5,12). Também era atribuído o ministério da Palavra (At 6,2). Impuseram as mãos sobre os sete diáconos para autorizá-los a cuidarem da distribuição dos bens (At 6,6). Aquele que foi eleito para substituir Judas entre os Doze devia ser membro do grupo desde o tempo do batismo de João até a ascensão de Jesus e deve ter podido testemunhar a ressurreição (At 1,15-26). E ainda, Jesus confere aos Doze o Espírito Santo e a autoridade (Jo 20,21s).

Nos escritos paulinos o termo é aplicado a Pedro, a Tiago e a Barnabé. Paulo insiste em se definir como apóstolo e baseava-se nas seguintes questões: a escolha pessoal por parte de Jesus a caminho de Damasco (Gl 1,16); Apóstolo não pelo homem ou por meio do homem, mas sim por meio de Jesus Cristo e de Deus Pai (Gl 1,1). Compreende que o apostolado é uma função carismática, obra da graça e não do homem (1 Cor 15,10). Para Paulo os apóstolos são “servos” de Cristo e administradores da graça de Deus (1 Cor 4,1), embaixadores de Cristo (2 Cor 5,20) e colaboradores de Deus (1 Cor 3,9).

Assim, na solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, alegremo-nos! Pois, eles são para nós um dom de Deus, proteção de nossa fraqueza, exemplo de paciência e confirmação da nossa fé, uma vez que, a graça de Deus elevou tão alto sobre os membros da Igreja que os constituiu como a luz dos dois olhos no corpo de que Cristo é a cabeça.

Protegidos pela ação da Trindade Santa e pela intercessão de gloriosos apóstolos confiemos à comunidade paroquial, as famílias e principalmente as novas gerações às Colunas fortes e ilustres da Santa Igreja. Viva os apóstolos São Pedro e São Paulo!

                        Forte na fé,

                        Pe. Ronaldo Francisco Aguarelli

Pároco

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