Praça da Catedral, s/nº - Centro - CEP: 13400-150 - Piracicaba-SP
(19) 3422-8489secretaria@catedraldepiracicaba.org.br“Quem quiser ser grande entre vós, que se torne vosso servidor”
Muitas vezes não sabemos pedir… Às vezes as nossas orações escondem interesses particulares ou até egoístas. No capítulo vinte do evangelho de Mateus encontramos a mãe dos Zebedeus, isto é, de Tiago e João no qual apresenta um pedido a Jesus: “Ordena que, quando reinares, estes dois filhos meus sentem um à tua direita e outro à tua esquerda” [2]. Sem entrar nos méritos dos futuros apóstolos e também no coração “apaixonado” desta mãe. Jesus aproveita do fato para apresentar um ensinamento novo à comunidade dos discípulos e discípulas. O ensinamento do Mestre parte da sua atitude fundamental, isto é, o “Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate por todos” [3].
Na história da salvação e na hagiografia da Igreja encontramos uma multidão de homens e mulher que em vida tornaram-se testemunhas autênticas do Cristo servidor. Dentre muitos destacamos a vida e o ministério de São Lourenço, diácono e mártir da Igreja.
Lourenço, o jovem e heróico diácono figura entre os santos mais populares da Igreja Romana. Escreve o Papa são Leão: “Quando brilham os fachos dos levitas, Roma é também ilustrada por Lourenço, como Jerusalém o foi por Estevão”. Era discípulo do Papa Sisto II, tinha o privilégio de ser o primeiro assistente do papa no altar e era também encarregado da administração dos bens da Igreja e do cuidado dos pobres. Durante a perseguição de Valeriano (253 a 260) Sisto II foi condenado à morte. Lourenço desejava ardentemente ser imolado com o pai de sua alma e dizia: “Pai, onde vai sem teu filho? Onde vais, sacerdote sem teu diácono? Em que te desagradei? Experimenta-me novamente e vê se sou indigno de minhas funções na Igreja. Assim Sisto lhe respondeu: “Eu não te abandono meu filho. Um combate maior pela fé te está reservado… Cessa de chorar, em três dias tu me seguirás”. Tendo-o assim consolado, o pontífice ordenou a seu diácono que distribuísse os bens da Igreja aos pobres. Intimado pelo prefeito de Roma a entregar os bens da Igreja, Lourenço reuniu os pobres e doentes e depois os apresentou ao prefeito: “Eis os tesouros da Igreja”. Logo depois o diácono foi condenado à morte e assim recebeu o prêmio de herói cristão. São Lourenço é celebrado no dia 10 de agosto, por isso no mesmo dia é comemorado o Dia do Diácono.
Desde os primórdios da Igreja encontramos a vocação diaconal. Como não lembrar a passagem registrada no capitulo sexto do livro Atos dos Apóstolos? Quando diante das súplicas das viúvas de língua grega os apóstolos reunidos com a comunidade escolheram sete homens honrados, cheios do Espírito Santo e de prudência.
Depois de séculos “adormecida”, a vocação diaconal voltou para ficar, mas qual a vocação-missão do diácono? Dado que o diácono permanente é simultaneamente pai e esposo, exerce uma profissão civil e se consagra à comunidade eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos. Na verdade, são três grandes dimensões: familiar, profissional e eclesial. O Papa João Paulo II escreveu: “O diaconato empenha ao seguimento de Jesus, nesta atitude de serviço humilde que não só se exprime nas obras de caridade, mas investe e forja o modo de pensar e de agir“[4] e no Documento do Puebla encontramos que “o carisma do diácono e ser sinal sacramental de Cristo-Servo”.
Nossa gratidão eterna aos diáconos da Diocese de Piracicaba e de maneira especial ao Diácono Luiz Venturini, o “nosso” grande colaborador.
Pe. Ronaldo Francisco Aguarelli – Pároco
[1] Mt 20,26
[2] Mt 20, 21
[3] Mt 20,28
[4] L’Osservatore Romano, ed. portuguesa, n. 43 (24/10/93), p 12).