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Notícias › 14/05/2021

O Papa: a Igreja é casa e escola de comunhão e fraternidade

O livro “Como o sal e o fermento – Notas para uma Teologia da Vida Consagrada da Igreja”, da Livraria Editora Vaticana, com prefácio do Papa Francisco, será lançado na sexta-feira, 14 de maio.

Os autores, dois padres franciscanos Valentino Natalini e Ferdinando Campana, fazem um balanço do ensinamento da Igreja sobre a Vida Consagrada através de temas como consagração, profecia, missão, liturgia, escatologia, espiritualidade e santidade, com referências à Trindade, à Virgem Maria e a São José. As revistas Família Cristã e Crer antecipam, nesta quinta-feira (13/05), o texto integral da apresentação do Papa.

Igreja fecunda, bela e feliz

“A Igreja é bela porque é amada por seu Esposo e Senhor. O amor do Esposo a tornou fecunda, bela e feliz. Os três estados de vida que a compõem e a caracterizam são uma realidade que sempre a distinguiu e enriqueceu”, ressalta Francisco.

Segundo o Papa, estes três estados de vida “não são três compartimentos separados que lutam entre si, três ilhas perdidas no oceano, três castelos fortificados em montanhas soberbas e presunçosas. O povo santo de Deus entende muito bem se dentro de sua estrutura há três irmãos ou três meio-irmãos, três inimigos que se ignoram ou lutam entre si ou três criaturas esplêndidas que se apoiam reciprocamente e se doam para fazer o outro crescer”.

O Santo Padre ressalta no prefácio que “às vezes houve clericalismo e mundanidade espiritual que mostraram não o rosto do serviço e do testemunho de vida autenticamente cristã, mas a soberbia e a reivindicação do poder. Às vezes houve a reivindicação de uma autonomia em relação a outros estados de vida, com a presunção de fazer da Igreja, casa e escola de comunhão e fraternidade no único povo de Deus, um emaranhado de sujeitos auto-referenciais, orgulhosos e presunçosos de suas próprias prerrogativas, esquecendo que se chega primeiro quando os três sujeitos chegam juntos à meta”.

Estados de vida necessários na Igreja

O Papa destaca que o livro “a quatro mãos foi escrito por um teólogo franciscano idoso e provado, de noventa anos, que lê com a pureza de um neófito os textos do magistério, com simplicidade e profundidade, sem se deixar enganar pelas escolas teológicas partidárias, que ou estão muito à frente para esperar o tempo e o modo necessários para partilhar as próprias ideias com os outros, ou muito atrasadas para acolher a beleza da novidade e da evolução do magistério da Igreja em sintonia com os dons do Espírito que sempre surpreende”.

“O texto é enriquecido pelas meditações e reflexões de um confrade mais jovem”, sublinha Francisco, “liturgista e apaixonado por teologia e espiritualidade, meu querido amigo de longa data, que experimentou algo antigo e algo novo, para tornar a Esposa mais bonita e mais atraente, na esteira do grande teólogo suíço Hans Urs von Balthasar, que falou da reciprocidade do “princípio petrino” e do “princípio mariano” na Igreja, e que tinha dado como certo que os três estados de vida, mencionados neste texto, são igualmente necessários e constitutivos da Igreja”.

O Papa conclui, dizendo que nesta esteira, São João Paulo II nos “doou a profética Exortação Apostólica Vita consecrata, junto com as igualmente memoráveis para os presbíteros, Pastores dabo vobis, e para os leigos, Christifideles laici. Desejo que a leitura deste texto nos ajude a aprofundar o mistério da Santa Mãe Igreja hierárquica”.

 

Fonte: VaticanNews

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